Há alguns dias terminou o período de inscrições do concurso para Advocacia-Geral da União e Secretaria de Portos da Presidência da República. São ofertadas oportunidades para vários cargos, inclusive Administradores.
Bom, duas coisas me chamaram a atenção. A primeira é que a banca escolhida não foi o tão temido Cespe, mas sim o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional - Idecan. E, segundo, que as matérias para o cargo de administrador estão mais para auditor ou analista de finanças do que para administrador propriamente dito. Esquisito!
Quanto à escolha da banca, de uns tempos para cá alguns órgãos que vinham fazendo seleções tendo o Cespe como entidade organizadora têm mudado o parceiro. Tem gente que diz que é por causa do preço do serviço, outros já dizem que tem matéria em demasia. Sei lá. Tem resposta pra tudo. Mas uma coisa é verdade, o preço das inscrições deu uma baixada considerável (R$ 60,00 e R$ 45,00). Não está o valor dos sonhos, mas já deu uma caída significativa. Há muita gente interessada e esforçada em fazer concurso público e que não parte pra peleja por causa do preço - muitas vezes salgado - das inscrições. Vide aquele famoso concurso do Senado, com inscrições na faixa dos R$ 200,00 (e olha que deu gente pra caramba). Adorado por uns (principalmente professores de cursinho que vivem de decorar o "modus operandi" do Cespe e, depois, com alguma oratória, falam bonito na sala de aula, mas fogem igual ao diabo da cruz quando alguém pergunta uma questão de outra banca - rs) e odiado por muitos (principalmente no seu critério de dupla punição - uma questão errada anula uma certa - ninguém merece...). Quem sabe mudanças de organizadoras não se tornem mais rotineiras...
Quanto às matérias para o cargo de Administrador, quem lê pela primeira vez e não sabe qual é o edital, vai pensar que é para algum cargo de auditor ou analista de finanças (advogado não dá! tem muito pouco direito). A coisa é bem estranha. Vejamos as matérias: as básicas, como sempre, são língua portuguesa, informática (com sua vastidão continental), raciocínio lógico (tinham que chamar essa matéria era de matemática logo...) e conhecimentos gerais (adoro jornais e revistas). Até aqui vá lá, tá mais ou menos dentro dos parâmetros de provas que todo mundo conhece. Agora, quanto aos conhecimentos específicos (direito constitucional, administrativo, civil, processual civil, penal, administração pública, afo, gestão de pessoas, aprendizagem, ética e legislação específica), o que é isso? O candidato tem de saber mais direito do que administração propriamente dito! Alguém pode até dizer que tem ligação com o cargo.... mas que mude esse nome de administrador para qualquer coisa, uai. Fala sério!
O salário é razoável, o preço das inscrições está mais ou menos, mas já teve muita gente que foi embora por causa desse programa. É melhor fazer o concurso pro TCU, então!
Só mais uma coisinha: a única coisa boa que eu gostei nesse edital foi a ausência de redação. Uma maravilha! Para quem estava ficando aterrorizado com 4, 5 ou 6 questões discursivas (eufemismo para redação) do Cespe, que mais estava parecendo vestibular, com provas em 4 turnos, quem se preparar no modelo "abcde" direitinho pode fazer a diferença. Bom para quem estuda por fora, sem precisar gastar tubos de dinheiro com cursinhos, e ruim para os proprietários destes últimos, haja vista a mudança de metodologia de aplicação de provas. Já estou vendo até professor em sala de aula dizendo: "Que banca é essa?". "Com o Cespe esse tipo de questão não aparece..." - rs.
Como havia dito, adorado por uns (poucos) e odiado por muitos.
Que venha o certame!
Aquele abraço.
(O Autor)
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